Madrugada.
Um dos melhores períodos do dia, na minha opinião.
É nela que as coisas fluem melhor, que a vida se mostra mais tranqüila, nos permitindo criar, ler, escrever, refletir, ouvir música, enfim... esse é o tempo que temos para fugir do estresse e pressões do dia-a-dia.
Não, caro leitor, acredito que minha vida não é nem um pouco tensa e agitada. Isso se for compará-la com a sua e a dos mais próximos ao meu redor. Fato.
E agora ainda não é madrugada para escrever genialidades ou simples pensamentos meus para quem está mais próximo, ou para quem irá ler isso. É questão de necessidade mesmo, e pelas condições externas desta sexta-feira, mais um dia de férias.
Dia chuvoso, frio, e passado unica e exclusivamente no raro aconchego do lar. Permanecendo assim até agora, faltando menos de uma hora para o dia seguinte.
Reparo em minhas dores.
Será que já me perguntei o motivo delas? E porquê independente do momento elas insistem em voltar, me tirando o equilíbrio emocional? Difícil responder...
A maior delas é em decorrência do meu lado emocional, um tanto quanto fraco; demoro a assimilar golpes e encuco muitas vezes com problemas e brincadeiras, das mais tolas possíveis.
Sem egocentrismo, tenho aquele pensamento de que "isto só acontece comigo, e eu não sei me livrar disso". Assim acabo me considerando indiretamente como o centro do Universo, quando na verdade, nunca quis ser.
Falta-me mais jogo de cintura e esportividade para lidar com isso, e não é de hoje. A única coisa que fica é o consolo de já fui pior, muito mais ignorante no passado.
Uma personalidade dessas não me ajudava a ser social, e muitas vezes me senti e acabei só entre os que estavam ao meu redor por conta disso.
As vezes tomo meus problemas de forma muito pública, e por mais tolos que sejam, demonstro clara irritação com eles. Para as pessoas mais próximas (sem ser familiares), isso contribui para piadas, e quanto mais você se irrita, mais eles aumentam. Fatos.
Só neste último que não precisei de muito para conclui-lo.
Não gosto de julgar ou de culpar ninguém; aprendi que as circunstâncias e os ambientes tem influências sobre nós, mas nós somos responsáveis sobre nós mesmos, como já dizia Shakespeare.
Em muitas situações me senti como o maior culpado, até mesmo quando não era. Mas em um problema como este, realmente eu deva ser o maior culpado e tenha procurado o ambiente de solidão que, mesmo sendo instantâneo, tanto esteve comigo ao longo dos anos.
Já chorei e me senti muito mal por conta dessa dor.
Se não mudar este lado agora, não sei mais quando mudarei. Me preocupo e me revolto até demais com tudo, preciso parar com isso.
Isto vale para todas as dores.
Segue abaixo um curto texto de Julio Amandia, retirado da comunidade "Pequenas Frases Filosóficas" do Orkut:
As dores somem e as vezes voltam, mas nós é que insistimos em buscá-las por não mudarmos nossa conduta, o que nos faz sofrer constantemente por vícios antigos e ainda atuais. Sempre ouvimos ou lemos, de maneira satisfatória, mensagens de mudança interior do 'eu', porém muitas das vezes, permanecemos na preguiça de encarar a nós mesmos, criando com isso, dificuldades da própria superação.
Portanto, sejamos realistas e paremos de esconder de nós as nossas fraquezas, pois o reconhecimento delas é o primeiro passo para um enfrentamento real, sem desculpas e medos.
Ninguém pode dizer melhor quais são os nossos erros e defeitos, do que nós mesmos, pois tudo que precisamos foi inserido por Deus em nossas consciências.
Escrevo e repasso isso por auto-ajuda, e por acreditar sempre que posso mudar.
Sei de meus defeitos, e sei que este é o maior deles. Aprendo e cresço com eles, pois não tenho limite e muito menos final.
Bons conselhos de alguns poucos e bons, aliados a minha força de vontade, esportividade, alegria e sorrisos.
Isto bastará e me faz crer num futuro melhor.
Que não pode ser previsto, porém pode ser inventado.
E é a nossa habilidade de inventar o futuro que nos dá esperança para fazer de nós o que somos.