quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Volta as aulas!


É lá que começamos a 'engatinhar' para o mundo, aprendendo alguns dos fundamentos mais básicos para a vida, como a leitura a escrita. Considero estes como os mais difíceis, sem contar que das suas etapas de treinamentos serem irresgatáveis em nossas mentes; não dá para lembrar como aprendemos a ler e a escrever, quase de uma hora para outra.

Nossas primeiras e boas amizades são feitas lá.
Amizades dos trabalhos em grupo, dos treinos de esporte ou simplesmente os grupos que se formavam durante as aulas provocando aquele murmurinho de deixar qualquer professor de cabelo em pé.
Pude viver muito disso por onde passei; bagunças feitas, segredos divididos, e brigas compradas, por exemplo.

Ah... e o básico de física, matématica, biologia, história e afins. Umas matérias até interessantes e outras que nunca suportei, principalmente matemática.

"Será que a maioria disso aí vai ser útil na minha vida?" É o que todos pensam sobre o que se aprende na escola, e com razão; terminada a escola, a gente fica meio 'enferrujado' e esquece de quase TUDO que aprendeu.
Tanto que olho meu irmão na sétima série hoje, e vejo em seu caderno coisas do tipo: equações de 1º e 2º grau, 'pi' radianos, verbo transitivo direto e indireto...

Deus do céu, esqueci de muita coisa! Estas aí são até inúteis, mas se vacilar não sei mais nem fazer continhas básicas. É tenso, mas é a realidade.

O bom da escola também é que não temos maiores responsabilidades, a não ser a de passar de ano; todos ainda são muito novos e carregam só o que podem suportar. Não adianta pressionar um aluno pelos primeiros e longos 13 anos de escola (tempo entre o 'pré' e o segundo ano do colegial).

Tem que dosar muito bem, ser leve e deixar curtir a vida. Mas nunca abrir mão de um puxão de orelha quando necessário.

Senão a pessoa fica muito mal-acostumada.

Isso é algo que ela vai sentir um pouco quando vier o último ano da escola. O mesmo que encerrei há quase um ano e oito meses atrás - vai completar neste mês, dia 14 -, foi bastante complicado.
Teve correria de todos os lados, várias tardes passadas na escola para estudar, a pressão do vestibular... sem contar o fato de ainda ter mudado de escola nesse ano.

Uma opção contra a minha vontade, é verdade. Mas não convém falar mais disto aqui.


Fiquei perdido durante a maior parte do ano, sem saber que carreira profissional seguir; a minha vontade mesmo - que apareceu alguns anos antes - era de seguir a carreira da bola, jogando futebol.
Não deu, e eu fiquei frustrado. Pensava em algo próximo, para amenizar isso.

Lembro que passava um filme em minha cabeça, todas as noites que ia dormir.
Era o filme que construi na escola, o longa-metragem que eu tanto admirei e soube construir, principalmente no começo do Ensino Médio. E por um instante temi que ele fosse forçado a continuar, trazendo tensão a quem o viu e acompanhou até ali - 'vulgo' família -, sem falhar.
Mas acordei a tempo (em todos os sentidos) e consegui terminar o que faltava.

Veio junto um choro, misturando felicidade, tristeza, e libertação. É bom admirar tudo de bom que fizemos, e saber que todo o tempo passado e sofrido - em alguns instantes - não foi em vão.
Agora poderia (e deveria) olhar sempre para frente, o mundo começava a partir dali.

Porém não dá para andar sem por um instante olhar para trás.
Mais difícil ainda é não sentir saudades desses tempos, e das amizades que se dispersaram após a escola e dificilmente voltam a se reencontrar.

Daqui a uma semana as escolas no Brasil voltam a ativa, e não adianta nem reclamar; as férias já foram muito prolongadas.

É, esse tempo de aulas me traz saudades.

Durou uma fração de segundo, mas o suficiente para se tornar eterno.